terça-feira, 23 de julho de 2013

4ª Postagem do antigo endereço: "Diuturno, diuturnamente..."


É… Sei que pode parecer mentira, mas em vários anos trabalhando com revisão de textos, lembro-me de ter visto apenas uma vez (sim, uma única vez) essa palavra empregada apropriadamente. E o uso incorreto do vocábulo acontece por puro desconhecimento.
As pessoas acham que sabem o significado de “diuturno” — e seus cognatos, como diuturnamente — porque, à primeira vista, parece ser a mistura (!) de diurno com noturno. Certo? Não!
Por favor, gente! Só porque “parece” ser alguma coisa vocês já têm isso como verdade absoluta? Peraí!!! É só dar uma olhadinha no dicionário!
“Diuturno” não é a mistura de diurno com noturno! “Diuturnamente” não quer dizer “de dia e de noite”. Ao menos, não exatamente.
“Diuturno” é aquilo que se prolonga no tempo, que tem longa duração; algo que subsiste por muito tempo.
Certa vez um amigo me relatou que sua mãe adoecera e, em consequência da doença, esteve diuturnamente sob cuidados médicos prestados por enfermeiros. Ao perguntar-lhe por quanto tempo tal situação havia perdurado, ele me respondeu: três dias. Pois bem. Cá entre nós, e deixando a relatividade um pouco de lado, três dias para um tratamento médico é um período bem curto, não? Não dá pra dizer que houve cuidados diuturnos. Na verdade, o que meu amigo quis dizer é que sua mãe precisara de cuidados médicos constantescontínuos, mas não diuturnos. Certamente os enfermeiros estiveram presentes dia e noite, mas não diuturnamente. Foram três dias apenas!
Imaginemos o seguinte: você compra um terreno e leva, digamos, cinco longos anos para construir a casa dos seus sonhos. Dia após dia, os operários vão trabalhando arduamente até que sua casa fique pronta. Foi um trabalho diuturno? É lógico que sim! Ainda que os operários não tenham trabalhado uma noite sequer!
Bem, por ora é isso, pessoal.
Até mais!



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